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Atividades no ambiente colaborativo

Na Seção 3.1 são apresentadas as bases genéricas que, segundo os membros do Projeto SAPIENS, devem permear a construção de um ambiente colaborativo de aprendizagem. Nesta seção, essas bases são exploradas no sentido de direcionar a construção de um ambiente em consonância com as experiências descritas na Seção 2.1.

Inicialmente consideram-se as atividades executadas no contexto do suporte institucional. Algumas dessas atividades são consideradas preliminares, ocorrendo antes da efetiva utilização do ambiente pelos seus protagonistas. Pelo conjunto de atividades apresentadas na Seção 3.1 e pelas experiências descritas nas Seções 2.1.3 e 2.1.4, a primeira atividade de preparação do ambiente seria o cadastro do curso e do grupo de professores/autores responsáveis pelo curso.

Como antes desse cadastro ser feito o professor/autor é desconhecido pelo ambiente, torna-se necessário criar um outro protagonista -- o administrador -- que é reconhecido pelo ambiente desde sua implantação e tem a atribuição de manter o cadastro de cursos e protagonistas habilitados ao uso do ambiente (Figura 3.1).

Figura: Visão do ambiente pela óptica do administrador.
\includegraphics[scale=.65]{caseadm.eps}

O administrador, no processo de cadastramento do professor/autor de um curso, faz uso das funcionalidades para ``cadastrar usuário''. Nessa descrição do ambiente, um usuário pode ser tanto um professor/autor como um aluno. Genericamente, um usuário pode ter acesso ao ambiente (login), determinar a formação de grupos e interagir com outros usuários (Figura 3.2).

Figura: Visão do ambiente pela óptica de um usuário.
\includegraphics[scale=.65]{caseuser.eps}

A interação com outros usuários pode fazer uso das diversas ferramentas de comunicação mediada por computador, tanto síncronas como assíncronas. Colocando no mesmo nível de comunicação o aluno e o professor/autor, enfatiza-se a construção de relações educativas dinâmicas e pluridirecionadas, como colocado na Seção 3.1.3.

Uma vez que um curso esteja cadastrado, os candidatos a alunos devem fazer o seu cadastro manifestando o interesse pelo curso. No caso da disciplina descrita na Seção 2.1.4, esse cadastramento era realizado através da Comissão de Pós-Graduação da FEEC, onde o candidato deveria preencher uma ficha e deixar uma declaração por escrito sobre a justificativa para a solicitação da vaga, descrevendo o porquê julgava importante a disciplina em sua área de atuação. Esse mesmo tipo de atividade seria desempenhado pelo candidato a aluno através do ambiente colaborativo (Figura 3.3).

Figura: Visão do ambiente pela óptica do candidato a aluno.
\includegraphics[scale=.65]{casecand.eps}

No seu primeiro cadastramento, o candidato a aluno deverá oferecer informações que permitirão criar sua ``identidade digital'', que poderá ser utilizada para descrever as restrições e preferências. Parte dessas informações tem caráter pessoal, enquanto que uma parte pública poderá ser utilizada para que outros participantes o conheçam. Essas informações são também utilizadas na formação dos grupos de trabalho. Nas próximas ocasiões em que o candidato desejar fazer novamente cursos através do ambiente, parte dessa informação já estará armazenada.

Antes do início efetivo do curso, os professores/autores devem realizar duas tarefas preliminares: a seleção dos alunos que farão o curso e a efetiva implantação do curso no ambiente (Figura 3.4). Esta implantação dá-se através da definição das tarefas que deverão ser realizadas pelos grupos e da organização dos textos de apoio e referências externas. O cadastro de auxiliares didáticos também pode ser realizado pelo professor/autor antes do início do curso.

Figura: Visão do ambiente pela óptica do professor/autor.
\includegraphics[scale=.65]{caseprof.eps}

O papel do professor/autor não está restrito à implantação do curso. Como um usuário (Figura 3.2), ele atua durante o curso na definição de grupos e na interação com outros usuários. Além disso, ele deve estar continuamente avaliando o curso e seus protagonistas, usando a informação disponibilizada sobre o uso do ambiente e seguindo os princípios estabelecidos na Seção 3.1.4.

Sob o ponto de vista do aluno, sua efetiva participação no ambiente tem início com a obtenção de quais tarefas estão atribuídas a ele, enquanto membro de um grupo ao qual a tarefa foi designada (Figura 3.5). No caso das experiências descritas nas Seções 2.1.3 e 2.1.4, a tarefa selecionada foi a construção de um hiperdocumento que abordava uma situação-problema previamente elaborada pelo professor/autor.

Figura: Visão do ambiente pela óptica do aluno
\includegraphics[scale=.65]{casealun.eps}

A execução, pelo aluno, da tarefa designada têm início com a obtenção de um texto inicial de apoio, que apresenta os conhecimentos fundamentais para permitir a conclusão da tarefa. Esse texto deverá, em um primeiro momento, ser objeto de leitura crítica e individual pelo aluno, quando ocorrem as reflexões pessoais relativas ao contéudo presente no texto. Essas reflexões, por sua vez, deverão motivar a busca a informações complementares, seja através das referências disponibilizadas pelo professor/autor (bibliografia adicional, links, glossários, dicionários), seja através de buscas realizadas individualmente.

Ainda considerando as experiências descritas, no ambiente colaborativo esse momento individual é sucedido pela experiência interativa no âmbito do grupo ao qual o aluno foi designado. Nessa atividade o aluno tem a oportunidade de defender seus argumentos, expor suas dúvidas e colocações relativas à execução da tarefa, interagindo não apenas com os demais membros de seu grupo (intra-grupo) mas eventualmente com grupos trabalhando em outros temas (inter-grupos). Desses debates são extraídas as diretrizes do grupo para a execução da tarefa designada ao grupo.

A atividade seguinte é a produção conjunta do documento que sintetize e sistematize as reflexões e idéias colhidas no estudo realizado nas atividades anteriores. As informações contidas no documento (nas duas experiências citadas, um hipertexto) produzido por um grupo particular deverão estar embasadas na bibliografia consultada, tanto aquela previamente disponibilizada como aquela complementada através de buscas efetuadas pelos próprios alunos.

Uma vez concluída a construção do documento e efetivada sua publicação, tornando-o acessível aos alunos de outros grupos, o próprio documento gerado passa a ser alvo da leitura crítica por parte dos protagonistas do curso. Nesse momento, o objetivo é que a leitura dos documentos produzidos pelos demais grupos levem a uma reflexão sobre as possíveis relações entre as temáticas abordadas.

A atividade que é desenvolvida após essa publicação dos documentos gerados pelos grupos difere ligeiramente entre as duas experiências citadas. Nos procedimentos apresentados na Seção 2.1.3, os alunos são reorganizados em novos grupos, que trabalham em uma nova tarefa -- a produção de um plano didático. Já na experiência descrita na Seção 2.1.4, é o mesmo grupo que trabalha na revisão do documento produzido, buscando enfatizar o relacionamento com os resultados produzidos pelos outros grupos.

A atividade final nas duas experiências é a de avaliação, que é realizada pelos próprios pares e pela equipe responsável pelo curso. Essa avaliação refere-se não apenas aos alunos, individualmente, mas também ao próprio ambiente e ao processo de ensino adotado.


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Ivan Luiz Marques Ricarte 2001-03-16