next up previous contents
Next: A escrita na Internet Up: Um Ambiente Colaborativo, segundo Previous: Um Ambiente Colaborativo, segundo   Sumário


Bases para um ambiente colaborativo

Os referenciais teóricos que envolvem princípios de ensino colaborativo em rede foram objeto de estudo no primeiro ano de atividades do projeto, estando descritos no documento Bases Preliminares para um Ambiente Colaborativo de Aprendizagem3.1.

Segundo esse estudo, os protagonistas desse ambiente são aluno, grupo, auxiliar didático e professor/autor. São esses os principais atores que irão compartilhar os espaços disponibilizados pelo ambiente.

O ambiente deve oferecer suporte institucional, tais como permitir o cadastramento de professor e curso, de aluno, de grupo e de auxiliar didático. No ato do cadastramento de um curso, o professor/autor deve fornecer informações profissionais e uma descrição detalhada do programa do curso que deve contemplar entre outros: a ementa, os objetivos, os tópicos a serem cobertos, o cronograma de atividades, a metodologia a ser adotada, a bibliografia, a forma de avaliação e os pré-requisitos que o aluno deve ter para participar do curso. Todas as informações sobre cursos em oferta devem ficar disponíveis para o público alvo para consulta. Posteriormente, o professor/autor pode cadastrar os seus auxiliares e lhes conceder os privilégios de acesso que julgar pertinente.

O cadastro de aluno é realizado no momento em que ele se inscreve como interessado em um curso. Ao se inscrever, o interessado deve fornecer os dados acadêmicos solicitados e relatar sua experiência prévia com o intuito de demonstrar que possui os pré-requisitos exigidos. Com base em tais informações o professor/autor fará a seleção dos alunos aceitos.

O cadastro de grupo pode, em princípio, ser realizado por qualquer protagonista do ambiente. Segundo critérios do curso, os alunos poderão formar grupos que terão acessos diferenciados a facilidades do ambiente. Um aluno pode se inscrever em mais de um grupo e o professor/autor terá acesso a todos os trabalhos produzidos e liberados tanto pelos grupos como pelos alunos individualmente.

Sob o ponto de vista do suporte técnico, o ambiente deve ser um sistema aberto, que permita o acesso a materiais externos referentes à temática do curso disponíveis na rede, sendo composto por diversos espaços disponibilizados aos seus protagonistas.

Espaço para trabalhos em grupos.

O ambiente aceitará a formação de grupos, com acessos diferenciados, ou seja, tais grupos deverão ter áreas coletivas de trabalho com controle de acesso e ferramentas adequadas para gerenciar as atividades de grupo, produção de material e pesquisas sistematizadas. Cabe aos membros de um grupo decidir o momento de liberação de trabalhos produzidos para os demais protagonistas envolvidos no curso.

Espaço para estudo individual.

Área de trabalho individual onde o aluno deve poder organizar e sistematizar o material explorado no ambiente e na rede bem como produzir os seus trabalhos pessoais. Contempla também uma área de correio eletrônico de pessoa a pessoa.

Espaço do professor/autor.

Repositório das informações geradas pelo professor/autor tais como: textos, imagens, vídeos, sons, animações, dados, simuladores, software, referências hipertextuais, etc. Tais informações estarão organizadas em módulos intercambiáveis, ou seja, que permitam uma mobilidade entre eles, uma interligação por conceitos, idéias e referências. A decisão sobre as condições de disponibilização dos módulos aos alunos será do professor/autor, que determinará a cadência do curso avaliando e respeitando as trajetórias pedagógicas dos alunos.

Espaço para textos.

Repositório tanto de textos de apoio entendidos como aqueles importantes para a compreensão dos conceitos fundamentais bem como de textos complementares, ou seja, aqueles que possibilitam o aprofundamento em assuntos específicos. Os documentos nesse espaço são acrescidos e removidos pelo professor/autor, ao passo que os alunos devem apenas acrescentar.

Espaço para debates.

Espaço colaborativo centrado no aluno possibilitando a interação entre alunos com intervenções pontuais do professor/autor com o objetivo de incentivar, trazer novas questões, sugerir novas referências bibliográficas, etc. Tal espaço deve se basear em mecanismos tais como: listas de discussão estruturadas com registro de histórico onde os alunos colocarão suas anotações sobre os módulos, dúvidas e respostas, questionamentos, opiniões, etc; salas de bate-papo para comunicação síncrona, na forma de texto, entre alunos, professores/autores e convidados; vídeo ou áudio-conferências; e suporte ao mapeamento de posicionamentos de alunos.

Espaço para uma comunidade virtual.

Sustentação de áreas de convivência virtual onde os participantes poderão criar e modificar entidades tais como: personagens, locais, objetos virtuais.

Espaço público.

Espaço reservado para a apresentação de trabalhos e seminários que poderão assumir formas variadas: texto, hipertexto, imagens, áudio, vídeo, etc.

Espaço de monitoramento de trajetórias pedagógicas.

Espaço ao qual o professor/autor terá acesso para consultar e manter informações sobre as trajetórias pedagógicas tanto de seus alunos e grupos como a sua própria. O aluno terá acesso a informações de monitoramento liberado para os participantes do curso bem como acesso restrito a ele e ao professor/autor sobre as informações individuais específicas registradas no espaço de monitoramento.



O ambiente deve ainda oferecer suporte pedagógico, que estará refletido em:

Conteúdo e metodologia:
O professor deverá selecionar e organizar os conteúdos, assim como, decidir como apresentá-los de forma significativa aos alunos, utilizando as ferramentas mais apropriadas.

Interatividade:
Processo das relações sócio-afetivas nas quais se concretiza a aprendizagem. O professor/autor deverá se preocupar em garantir o máximo de interatividade, isto é, o espaço plausível para que ocorram os significados na apredizagem.

Avaliação:
A avaliação deve ser qualitativa, privilegiando a produção dos alunos, valorizando processos dinamizados, onde o aluno pode ser estimulado e recuperado, o que não exclui a possibilidade de avaliações somativas. O professor/autor e/ou os auxiliares didáticos estarão acompanhado os alunos individualmente pelas suas trajetórias pedagógicas, pela sua participação em eventos síncronos e assíncronos e pela sua produção. As perguntas formuladas pelos alunos também são fundamentais para perceber as suas formas de elaboração do conhecimento. Com tal monitoramento individual é possível trabalhar com as diferenças, valorizando a riqueza de um grupo heterogêneo de aprendizagem colaborativo. O processo de aprendizagem colaborativa também exige uma avaliação colaborativa, onde os próprios alunos irão comentar e avaliar os textos dos colegas. Assim o ``poder'' passa a ser do coletivo e não apenas do professor.

No que se refere ao conteúdo, a Seção 3.1.1 apresenta aspectos relativos à linguagem em um ambiente suportado através da infra-estrutura tecnológica da Internet e Web. Reflexões acerca da metodologia são apresentadas na Seção 3.1.2. A questão da interatividade é abordada em maiores detalhes na Seção 3.1.3 e a avaliação, na Seção 3.1.4.



Subsections
next up previous contents
Next: A escrita na Internet Up: Um Ambiente Colaborativo, segundo Previous: Um Ambiente Colaborativo, segundo   Sumário
Ivan Luiz Marques Ricarte 2001-03-16