Grupo 10

Dilermando Piva Jr.
Joni de Almeida Amorim

Potencialização da Ação Educacional Docente nos processos de Feedback e Redirecionamento da Aprendizagem em Módulos de Instrução Programada em Ambientes Colaborativos de Ensino-Aprendizagem utilizando Técnicas de Raciocínio Baseado em Casos

Problema:

É crescente a utilização de Ambientes Colaborativos de Ensino-Aprendizado baseados em Tecnologia, que utilizam o canal de comunicação Web. Mais do que uma mudança tecnológica o ensino online colaborativo, impõe uma quebra de paradigmas.

Assim, ao se tentar, simplesmente, reproduzir o ensino tradicional neste novo ambiente, o processo tem a sua efetividade comprometida.

Entretanto, ao se implantar novas práticas no processo de ensino-aprendizado neste novo ambiente, tais como colaboração, socialização, feedback constante e formativo, construção do conhecimento, entre outras, nota-se que um dos principais problemas que surgem é a falta de tempo do docente para uma maior efetividade da condução da ensino, principalmente nos processos de Feedback, Controle e redirecionamento da aprendizagem.

Assim, a questão central que nos vêm a tona é: Como potencializar a ação docente provendo ferramentas que auxiliem o professor em algumas de suas tarefas operacionais (feedback, controle e redirecionamento da aprendizagem) no processo condução do ensino em Módulos de Instrução Programada em Ambientes Colaborativos baseados na Web?

Motivação inicial:

Horton (2000, p. 18) propõe a figura do aprendiz (aluno) para cursos de Treinamento Baseado na Web (WBT - Web Based Training) ideal: "aprende de forma independente e vê a aprendizagem de forma positiva, é auto-disciplinado, gerencia bem o tempo e trabalha bem sozinho e em grupo, se expressa claramente ao redigir, tem um bom nível de conhecimento de computação, sabe e compreende a importância a tecnologia no trabalho e no aprendizado ...". Ou seja, o aluno que todo professor gostaria de ter, não só na forma não presencial (à distância), mas também presencialmente (sala de aula).

Devido a diversidade natural de estilos de aprendizagem, de anseios, objetivos, formas de agir diante do processo etc., um curso disponibilizado e ministrado de forma online terá uma probabilidade maior de sucesso, quanto mais adequado, personalizado e individualizado for a produção, estruturação e distribuição de seu conteúdo pedagógico.

Uma das técnicas utilizadas para estruturação do conteúdo desde meados do século passado é conhecida como "instrução programada" (Almeida, p. 68-77). Baseado nesta técnica de estruturação do conteúdo pedagógico (teoria comportamentalista de Skinner), a partir da década de 60, algumas ferramentas computacionais específicas para o ensino começaram a ser desenvolvidas. Foram classificadas como Instrução Assistida por Computador ou CAI (Computer-Assisted Instruction). Tais ferramentas, pela própria natureza de "programações de reforço" (Park, 87), eram fechadas, centradas no professor e pouco ou nada flexíveis. Ou o aluno aprendia daquele jeito ou ficava sem aprender (ou recorria a métodos tradicionais). Com a evolução das técnicas de Inteligência Artificial (IA) e das pesquisas no campo das ciências cognitivas, aumentou-se o grau de "inteligência" de tais sistemas. Com a modelagem da instrução com vistas a personalização e um enfoque de ensino centrado no estudante, surgiram as ferramentas classificadas como ITS (Intelligente Tutorial Systems ou Sistemas Tutoriais Inteligentes).

Entretanto, devido ao elevado grau de controle dos estudantes e o aprendizado muito individual, promovidos pela utilização de tais sistemas, a partir da década de 90 começaram a ser alvo de debates e questionamentos. (Shute & Psotka, 1996).

Com o avanço das Tecnologias de Comunicação novas possibilidades de aprendizado surgiram (Ensino através da Internet, e logo depois Ensino Colaborativo em Ambientes online). As ferramentas de CBT e ITS migraram para o Ambiente Online. Devido a sua tecnologia especialista e pela natural dificuldade em desenvolver cursos baseados em Inteligência Artificial, os WBTs (o CBT recebeu a classificação, quando apresentado através da Web de WBT - Web-Based Training (Horton, 2000)) começaram a ser a forma mais utilizada de estruturação e distribuição de conteúdos pedagógicos na Web.

Com isso, o aluno, ao final de um determinado módulo, caso não tivesse absorvido os conceitos, teria que entrar em contato com o professor, ou os próprios colegas para tentar esclarecer suas dúvidas (WBT sem colaboração). Com a adoção de novas práticas no processo de ensino-aprendizado neste novo ambiente online, tais como colaboração, socialização, feedback constante e formativo, construção do conhecimento, entre outras, nota-se que um dos principais problemas foi, e está sendo, a falta de tempo do docente para uma maior efetividade da condução da ensino, principalmente nos processos de Feedback, Controle e redirecionamento da aprendizagem.

Assim, a nossa proposta será discutir mecanismos que venham a potencializar a ação docente provendo ferramentas que auxiliem o professor em algumas de suas tarefas operacionais (feedback, controle e redirecionamento da aprendizagem) no processo de condução do ensino em Ambientes Colaborativos baseados na Web, especificamente para os Módulos de Instrução Programada, utilizando técnicas de Inteligência Artificial que possam ser adaptadas as diversas situações de aprendizagem.

Nesta linha, dentro da IA, uma abordagem que tem se mostrado com grande potencialidade de utilização neste contexto é aquela que considera que as pessoas, em suas tarefas cotidianas, fazem uso de experiências passadas como um guia para a solução ou interpretação de novos problemas ou situações. Esta abordagem, na verdade, constitui-se uma sub-área da IA denominada Raciocínio Baseado em Casos (RBC). (Kolodner, 1993).

Assim, uma ferramenta computacional (ou Sistema Inteligente) que utilize RBC poderia estabelecer um meio para fornecer ao professor um sistema capaz de auxiliá-lo no processo de interação em Cursos Online. Para isso, existe uma base de conhecimento onde toda a experiência vivenciada em cursos anteriores está disponível para ser utilizada. Com isso, espera-se uma diminuição no tempo utilizado pelo professor para responder as dúvidas dos alunos, uma vez que estes poderão consultar a base de conhecimento existente e, no caso de duvidas recorrentes, ter a resposta sem a intervenção do professor.

Referências:

Almeida, Maria Ângela Vinagre de (1970). Instrução Programada. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1970.

Horton, William (2000). Designing Web-Based Training. John Willey & Sons, New York, 2000.

Kolodner, J.L. (1993). Case Based Reasoning. San Mateo, CA: Morgan Kaufmann Publishers.

Park, O.; Perez, R.S.; Seidel, F. J. (1987). Intelligent CAI: Old Wine in New Bottles or a New Vintage?, in KEARSLEY, G. -(Edit.) (1987). Artificial Intelligence and Instruction - Applications and Methods, Addison-Wesley Pub. Co., p. 11-45.

Shute, Valerie J.; Psotka, Joseph (1996). Intelligent Tutoring Systems: Past, Present, and Future. In Handbook of Research for Educational Communications and Technology, David H. Jonassen (Ed.), Cp. 21, Macmillan, New York.


Ivan L. M. Ricarte
Last modified: Tue Jun 11 15:34:05 BRT 2002