Universidade Estadual de Campinas
Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação
Departamento de Engenharia de Computação
e Automação Industrial
Relatório do Agente 5:
Aplicação da Ferramenta Sntool para Simulação do Restaurante
Universitário da Unicamp (Bandejão)
Acadêmico: Renato
Reder Cazangi ( renato@dca.fee.unicamp.br )
RA: 015026
Disciplina: IA 009
Prof.: Ricardo Gudwin
Campinas,
6 de dezembro de 2002.
1.
Descrição do Processo
O processo
organizacional escolhido para ser modelado por meio do Sntool foi o restaurante
universitário principal da Unicamp, o famoso “Bandejão”. Segundo o site da Unicamp, o restaurante tem
capacidade para atender 6500 almoços e 1500 jantres.
O processo de funcionamento
do Bandejão, sob o ponto de vista dos usuários, se inicia na entrada, onde é
possível comprar vales com dinheiro ou trocar um despósito bancário por
tickets. Quem entra com tickets deve passar pela roleta de tickes e quem
comprou vale deve passar pela roleta de vales. A seguir o usuário pode escolher
entre dois lugares para pegar comida, cada qual com sua fila. Após ter a comida
colocada na sua bandeja, o usuário tem duas opções de bebidas: chá ou suco. Nas
máquinas de bebidas também podem formar filas. Finalmente o usuário pode se
sentar em uma mesa e comer à vontade. Ao terminar a refeição, é dever do usuário
colocar sua bandeja em uma esteira que leva à máquina de lavar e então o
processo se encerra na saída do restaurante.
Existem alguns
detalhes específicos que não foram reproduzidos neste trabalho como a
possibilidade de lavar as mãos, pegar talheres, café, etc. No entanto a o
processo organizacional modelado já é bastante fiel ao que ocorre no Bandejão.
A rede construída no Sntool para representar o restaurante é mostrada na Figura
1:
Figura 1:
Rede de agentes que modela o Bandejão.
2.
Simulações e Resultados
Alguns valores
precisaram ser estimados para que fosse possível simular o processo de maneira
característica. Estima-se que 70 % dos usuários compram seus vales com dinheiro
na hora e os demais entram com tickets. Como existem duas filas para pegar
comida a probabilidade considerada é que metade das pessoas vai para uma fila e
metade para a outra. Supõe-se também que 75 % das pessoas prefiram tomar suco e
25% chá. Além disso, para efeito de simulação, chega uma pessoa a cada iteração
na entrada do restaurante.
Almoço
A primeira simulação
realizada foi o funcionamento no horário de almoço. Já que o restaurante tem
capacidade para preparar 6500 almoços, então a simulação foi feita com 6500 usuários.
Os números obtidos estão na Tabela 1.
|
Número de Usuários |
Porcentagem |
Entraram com Vale |
4528 |
69,66 % |
Entraram com Ticket |
1972 |
30,33 % |
Tomaram Suco |
4823 |
74,2 % |
Tomaram Cha |
1677 |
25,8 % |
Tabela 1: Números de usuários por serviço
opcional.
Gráfico 1: Porcentagem de usuários
de cada serviço.
Pode-se observar
que o que foi programado realmente ocorreu, tanto em relação ao tipo de
pagamento quanto à bebida preferida. Os resultados mais interessantes estão a
seguir, na Tabela 3. Foram medidos os maiores tamanhos das filas, ou seja, qual
o número máximo de pessoas nas filas e comendo ao mesmo tempo.
|
|
Número Máximo de Usuários
|
Fila do Ticket |
|
24 |
Fila do Vale |
|
53 |
Filas de Comida |
|
38 |
Comendo Simultaneamente |
|
465 |
Tabela 2: Tamanhos das filas.
Os resultados da Tabela 2 são muito interessantes pois a partir deles
pode-se estimar qual o tamanho máximo de uma fila que um usuário poderia enfrentar.
A fila do ticket teve no máximo 24 pessoas, enquanto a fila do vale chegou a 53
usuários. Já as filas de comida tiveram o mairo tamanho com 38 pessoas. Alguém
que quisesse pegar menos fila deveria escolher sempre usar tickets, assim teria
que esperar, em uma situação extrema, 23 pessoas a sua frente. Se houvesse a intenção
dos diretores do bandejão em diminuir estas filas, mais servidores deveria ser
alocados, mais roletas, etc.
Outro dado importante aos diretores do restaurante é a quantidade de usuários
comendo simultaneamente. O pico se deu com 465 pessoas almoçando ao mesmo
tempo. Com isso pode-se prever que o número máximo de vagas do restaurante tem
que ser em torno de 460 a 470. Caso não caibam efetivamente tantas pessoas
juntas, deve-se tomar alguma medida, como por exemplo aumentar o horário de almoço.
Jantar
Este experimento é análogo ao anterior, considerando, no entando, 1500 usuários,
ou seja, a capacidade exata de refeições possíveis de serem servidas no jantar.
Os resultados estão na Tabela 3.
|
Número de Usuários |
Porcentagem |
Entraram com Vale |
1051 |
70,06 % |
Entraram com Ticket |
449 |
29,93 % |
Tomaram Suco |
1137 |
75,8 % |
Tomaram Cha |
363 |
24,2 % |
Tabela 3: Resultados da simulação de jantar.
Mais uma vez os resultados obtidos na simulação foram os esperados. Como
foi feito na simulação do almoço, o tamanho máximo das filas também foi medido
e é apresentado na Tabela 4.
|
|
Número Máximo de Usuários
|
Fila do Ticket |
|
23 |
Fila do Vale |
|
49 |
Filas de Comida |
|
31 |
Comendo Simultaneamente |
|
290 |
Tabela 2: Tamanhos das filas.
Fica confirmado que a melhor alternativa para não pegar fila na entrada é
usar tickets. Também observa-se que a capacidade máxima exigida do restaurante é
de 290 vagas. Portanto, caso o bandejão tivesse capacidade para suportar o almoço
(465 vagas), à noite, no jantar, ficariam 175 lugares ociosos ou 38 % do total.
Com tanto espaço sobrando seria interessante aumentar a estrutura de
atendimento de usuários para que o espaço ocioso diminuísse e as pessoas
esperassem menos nas filas.
3.
Conclusão
O Sntool demonstrou que é uma ferramenta de grande potencial na modelagem
de processos organizacionais. Neste trabalho o restaurante universitário
principal da Unicamp foi simulado de maneira relativamente simplificada. Muitos
outros detalhes podem ser incluídos em futuros trabalhos, como por exemplo, o cálculo
do tempo gasto nas filas, quantidade de alimento necessária, etc. Com isto
seria possível prever e planejar muitas dificuldades no processo e assim
otimizar o atendimento ao usuário.