Caracterização de Sistemas Hipermedia


Grupo D1:


1. Motivação e evolução histórica do conceito de hipertexto/hipermedia:

V. Bush [1] apresentou o modelo teórico de um sistema hipertexto/hipermidia, com várias idéias presentes em sistemas atuais. Sua motivação principal foi a possibilidade de colocar a disposição de toda a comunidade científica os resultados da crescente quantidade de pesquisas, evitando assim casos como o de Mendel, cujas leis da genética foram esquecidas por décadas, até que alguém desse continuidade às pesquisas.

Bush imaginou um cenário onde o armazenamento da grande quantidade de informação disponível não seria problema. A questão principal por ele levantada, seria a necessidade de acesso a esta informação (nos mais diversos formatos - texto, imagens, áudio, etc) não só de maneira indexada (ordem alfabética, numérica, etc) mas também de maneira associativa, fazendo um paralelo com o modo de pensar do ser humano. Além disso, ele alertou para a necessidade de encontrar maneiras eficientes de fazer consultas/seleções na grande quantidade de informação armazenada. Outro ponto importante levantado por Bush foi a necessidade de interfaces amigáveis, de modo a tornar a informação acessível a uma gama maior de usuários.

Quatro décadas mais tarde, Halasz [2] tomou como base um sistema hipertexto desenvolvido (Notecards) e levantou algumas questões a serem resolvidas em futuros sistemas hipertexto/hipermedia, algumas das quais já haviam sido levantadas por Bush [1]:

Na década de 90, já com a Web em fase de desenvolvimento, Newcomb et al. [3] propõem a padronização de uma linguagem que descreva a estrutura lógica dos documentos hipermedia. O SGML (Standard Generalized Markup Language) foi o resultado dessa padronização, cuja preocupação principal foi a descrição da estrutura do documento, e não a descrição das mais diversas mídias presentes no documento. A idéia central do SGML é o uso de tags, que identificam as entidades que compõem o documento (sejam parágrafos, seções, outros documentos, etc). A interpretação dessas tags define a estrutura do documento. Além disso, elas servem para facilitar a pesquisa nesses documentos (pode-se pesquisar por exemplo, documentos que contenham determinada palavra no título).

2. World Wide Web

O cenário idealizado por Bush [1] se aproxima bastante da World Wide Web. Particularmente, a idéia de acesso a informação de maneira associativa está presente, uma vez que a questão dos nós e links está bem resolvida na WWW. A limitação que ainda existe é o fato desse acesso associativo ser dependente da maneira com que determinado documento foi construído (nem sempre as associações feitas pelo autor são coincidentes com as do usuário).

Como previsto por Bush, a armazenagem da informação não é problema, uma vez que ela está distribuída pela rede. No entanto, no que diz respeito à seleção da informação, as ferramentas existentes ainda não são satisfatórias.

Finalmente, com relação à interface amigável, esse foi um dos fatores decisivos para o sucesso da WWW. Entretanto, Bush foi mais ambicioso em suas previsões, por exemplo quando previu o uso de ferramentas para reconhecimento de voz, ainda inexistentes via WWW.

Com relação às idéias de Halasz [2], hoje a WWW é um ambiente multi-usuário, que começa a sair do estado estático (informação atualizada automaticamente, através de Web Pushers, por exemplo) e passivo (CGI e Java permitem realizar processamento na informação existente). No entanto, ainda são insuficientes os recursos oferecidos pela WWW para trabalho colaborativo.

Quanto à padronização, o padrão para a descrição dos documentos da WWW é o HTML, "descendente" do SGML [3].

3. Hipertexto/Hipermedia na educação

O uso de hipertexto/hipermidia na educação traz aspectos positivos e negativos.

Dentre os aspectos positivos, podem ser citados:

Dentre os aspectos negativos da hipertexto/hipermidia na educação, podem ser citados:

4. Referencias

[1] Vannevar Bush. As We May Think. The Atlantic Monthly. July 1945.

[2] Frank G. Halasz. Reflections on Notecards: Seven Issues for the Next Generation of Hipermedia Systems. Communications of the ACM, 31(7):836-852, July 1988.

[3] Steven R. Newcomb, Neil A. Kipp, and Victoria T. Newcomb. The "HyTime" Hypermedia/Time-based Document Structuring Language. Communications of the ACM, 34(11):67-83, November 1991.


Comentários dos instrutores.

Last modified: Tue Mar 31 12:01:28 BRA 1998