Infra-estrutura da Informação

RA 819815 - Maria Angélica Calixto Cardieri

RA 946152 - Alberto Barbosa Raposo

RA 958105 - Raquel Santos Schulze

RA 973528 - Jefferson Blaitt (relator)

Introdução

Este documento tem como objetivo relatar o resultado dos estudos do tema Infra-estrutura da informação -Grupo G6 da disciplina IA368F – "Tecnologias da Infra-estrutura da informação para Ambientes Colaborativos de Ensino" tendo como escopo a proposta dos professores destacada neste texto como Proposta Inicial. As referências utilizadas como base para este trabalho encontram-se disponíveis em:

Proposta Inicial

O escopo deste documento foi definido pelos professores da disciplina baseados no documento Common Ground: Fundamental Principles for de National Information Infrastructure gerado pelo NIIAC – National Information Infrastructure Advisory Council de março de 1995.

quadro 1: íntegra da proposta de estudo

Evolução da infra-estrutura da informação

O poder da WWW reside em sua capacidade em associar uma determinada parte de um documento eletrônico à outro no mesmo computador ou a uma máquina remota. Esta conexão entre documentos foi possível graças à utilização do protocolo de comunicação chamado HTTP (de "HyperText Transfer Protocol") e da linguagem HTML (de "HyperText Markup Language") que implementaram a atual infra-estrutura global de informação.

Ao longo deste curso, foram discutidas diversas tecnologias e tendências que poderão se constituir na evolução da Word Wide Web possibilitando melhorias nos aspectos de tráfego de informações multimídia, organização da informação em uma estrutura hipermídia, protocolos de comunicações, ferramentas de programação e acesso a informação de forma distribuída.

A Sociedade da Informação e a Economia Baseada em Conhecimento

Observando o crescimento do setor de telecomunicações nos últimos anos, pode-se afirmar que existe uma tendência no sentido de criar-se uma infra-estrutura de comunicações de grande capacidade e alta velocidade a qual deverá prover serviços de tráfego multimídia (voz, dados, textos, imagens e vídeo) e que será a base para o desenvolvimento de um mercado de informação eletrônica, cujas dimensões são difíceis de serem estimadas.

Este crescimento se dá por diversos fatores: a multiplicação do número de usuários de equipamentos de informática que estabelecem conexões via Internet; transações financeiras envolvendo pequenas quantias realizadas diretamente de estabelecimentos comerciais; a globalização do mercado financeiro exigindo um maior número de transferências entre países de continentes diferentes; a telemedicina e a teleeducação e inúmeras outras aplicações que envolvem tráfego de informações on-line cobrindo áreas geograficamente distribuídas.

Esses fatos demonstram que o mundo está cada vez mais dependente de comunicações eletrônicas. Das transações mais sofisticadas às mais corriqueiras, os serviços de informação eletrônica ignoram diferenças de cultura, línguas, idade, alterando formas de se fazer negócios, estilos de vida e a própria sociedade.

Estas características que permitem a interligação de um grande número de indivíduos e instituições através de um aparato de serviços e informações propiciando a realização de negócios por via de comunicação eletrônica, criam um ambiente potencial para a existência, no próximo século, de uma economia global baseada no conhecimento.

A Internet, por ser uma rede mundial de computadores, converge o setor de telecomunicações com os de equipamentos de informática e pode ser classificada como precursora de uma futura infra-estrutura global de informações (Global Information Infrastructure - GII). Por mais de uma década, a internet vem experimentando taxas anuais de crescimento superiores a 100%, tornando-se uma das maiores transformações sociais, culturais e tecnológicas jamais vistas.

A GII é uma rede multimídia cujo uso primário é permitir tráfego de vídeo em conjunção com voz, dados, textos e imagens. A disponibilidade de infra-estruturas como a GII para, eletronicamente, transferir e permitir o acesso à informação é tida como fundamental para oferecer rapidamente à sociedade benefícios econômicos, sociais e culturais, desenvolvendo a chamada "Sociedade da Informação".

Esta estrutura acabará transformando os costumes das pessoas e organizações, alterando procedimentos, abrindo novas oportunidades de negócio, gerando novos empregos qualificados, além de produzir um grande efeito multiplicador na economia, devido a seu grande poder de simplificar a procura e a obtenção de produtos, serviços e informações.

A iniciativa Americana - National Information Infrastructure (NII)

A National Information Infrastructure é uma iniciativa do governo dos Estados Unidos da América, com a participação de diversos setores da sociedade americana, com o objetivo de estabelecer um consenso e elaborar recomendações para a viabilização de uma infra-estrutura nacional de informação naquele país. Este estudo, realizado por um conselho consultivo, têm por principais objetivos definir regras para os setores público e privados sobre: propriedade intelectual; estratégias de desenvolvimento de aplicações em comércio eletrônico; industrialização; educação e treinamento continuado; saúde pública; informações e serviços governamentais e de segurança pública. Observando aspectos de maximização da interconexão e interoperabilidade de redes de computadores abordando questões de privacidade e segurança.

A NII, segundo a visão do conselho consultivo, deve ser parte integrante da infra-estrutura global de informação. Aspectos relativos a incrementação devem ser considerados e a NII deve estar preparada para a mais complexa e ampla possibilidade de implementação da GII.

A estratégia para estabelecimento dos princípios fundamentais da NII definiu as seguintes áreas de abordagem:

1. Serviços e acessos universais;
2. Privacidade e segurança;
3. Propriedade intelectual;
4. Educação e treinamento continuado; e
5. Comércio eletrônico

Considerando a proposta inicial estabelecida para nosso grupo de estudo estaremos abordando a questão da Educação e Treinamento Continuado, mais especificamente em como a NII poderá fornecer os subsídios necessários para a preparação dos profissionais para atuarem na economia global baseada no conhecimento.

Requisitos para a NII

Na visão do conselho consultivo da NII os participantes da nova sociedade da informação são indivíduos consumidores e produtores de informação em todas as suas formas, para tanto a NII deve ser capaz adaptar-se a mudanças sociais e as necessidades do mercado. Portanto, abordaremos alguns dos requisitos básicos para implementação da NII:

• Disponibilidade de acesso a todos, a qualquer hora e em qualquer lugar

• Pesquisas que retornem informações significativas

• Percepção da informação

Aspectos Tecnológicos para a NII

Materializando o conceito de indivíduos consumidores/produtores de informação se faz necessária a utilização de uma tecnologia que permita esta abordagem. Como exemplo, o CORBA é candidato a representante desta tecnologia. Porém, alguns aspectos devem ser observados, como a dificuldade de implantação de objetos funcionando como cliente e servidor em uma estrutura global. Não pode deixar de ser analisado a questão da concorrência, já que o mesmo objeto pode estar atuando como cliente de um serviço e ao mesmo tempo estar sendo solicitado para servir um outro objeto da estrutura global.

Com relação a disponibilidade universal, deve-se utilizar mecanismos que estimulem a participação de toda a sociedade, não esquecendo os aspectos culturais e geográficos como religião e fuso horário. De uma forma a atingir todos os indivíduos a infra-estrutura deverá prover tecnologias que possibilitem o uso por pessoas portadoras de deficiências físicas através de mecanismos que auxiliem a interação com a informação. A utilização de computação móvel deve ser utilizada para possibilitar o acesso a qualquer instante e de qualquer lugar onde seja necessário a busca ou geração da informação, para tanto deve-se pensar no aspecto da autonomia do equipamento e em operação desconectada de uma rede de interconexão.

Atualmente, as tecnologias disponíveis não possibilitam o retorno significativo de informações relevantes, as pesquisas são realizadas através de cadeias de caracteres ou de sistemas de busca em informações pré-cadastradas, o que acaba tornando a busca da informação uma tarefa nada satisfatória visto que não é possível filtrar a informação realmente relevante de dados inúteis para o pesquisador. A saída seria utilizar agrupamentos e filtragem de informações nos moldes do "Curso sob Medida" idealizado em sala de aula da disciplina IA368F, onde a busca da informação relevante é feita através dos perfis dos usuários cadastrados no curso.

Em uma outra abordagem podemos destacar o aspecto da interação, onde a visualização, searching e browsing podem ser significativamente melhorados com o uso da computação gráfica, realidade virtual e visual query language. Outras formas de percepção humana (olfato, tato, paladar,...) possibilitariam uma melhor interação para prover novas funcionalidades. Como exemplo, podemos imaginar um curso de degustação de vinhos, ou a utilização do olfato para o preparo de uma solução por um químico profissional, ou ainda, a capacitação profissional de pessoas com deficiência visual através da utilização de técnicas de escrita em Braille de forma on-line. Porém, a possibilidades de implementação destas funcionalidades é bastante remota.

A NII aplicada à Educação

Há um importante elo de ligação entre o desenvolvimento da infra-estrutura de telecomunicações e o avanço educacional, particularmente em países subdesenvolvidos. Aplicações como a educação à distância podem servir como canais para distribuir recursos educacionais ao povo de uma região com o fim de aumentar os níveis de instrução e melhorar os padrões profissionais, de magistério e de mão-de-obra. Muitos governos têm grande dificuldade em atingir populações remotas e de alta densidade com programas educacionais, informações básicas sobre nutrição, medidas preventivas de saúde, etc.

Como exemplo, podemos utilizar a transmissão digital direta por satélite como um meio de atingir áreas rurais, com um custo relativamente baixo. tornando possível transmitir informações úteis por meio de vídeo, voz ou dados diretamente dos satélites para populações remotas ou de difícil acesso. Além da transmissão de sons, essa tecnologia pode, através da sua estrutura digital, transmitir informações em forma de texto ou imagens, incluindo imagens dinâmicas, possibilitando uma interação direta dos indivíduos com a informação.

Conclusão

A NII acena como uma proposta conceitual de como será a economia baseada no conhecimento e a sociedade da informação em um futura próximo, seus objetivos podem ser comparados a aos objetivos da GII nos aspectos de prover infra-estrutura necessária para as necessidades da nova sociedade da informação que se forma. Entretanto, do ponto de vista tecnológico corre-se o risco de cometer enganos de previsão semelhantes ao de Vannervar Bush, que embora tenha visualizado a estrutura necessária para a distribuição da informação e participação da sociedade de forma colaborativa, não conseguiu definir a base tecnológica necessária para implementar suas idéias, isto ocorre pois é muito difícil prever, dentro das diversas propostas, quais tecnologias surgirão e quais são efetivamente soluções factíveis.

A implantação de uma infra-estrutura de informação permitiria uma melhor formação de cidadãos e trabalhadores, preparando-os para o desenvolvimento profissional e a colaboração participativa na nova sociedade da informação. O governo americano percebeu que isto pode ser um diferencial competitivo na nova economia baseada em conhecimento e as metas da NII são factíveis e em muitos aspectos já são uma realidade.

Especificamente na área educacional há muito ainda o que fazer, a possibilidade de utilizar a tecnologia para projetos de educação a distância abre inúmeras possibilidades para os educadores, porém exige uma evolução no processo de interação, transferência de dados multimídia e garantia de qualidade na transmissão que atualmente são considerados desafios para o setor de telecomunicações.

Bibliografia