Tema #2: CSCW

 

Grupo C2:
 

André Luís V. Coelho
920153
Valmir Tadeu Fernandez (relator)
946211
Jefferson Blaitt
973522
Maria Fernanda Bionafina Nogueira
983833
 
Data: 19/03/97

Professores instrutores:

Léo Pini Magalhães
Ivan Luiz Marques Ricarte
 
Discussão do Tema:

 

O texto a seguir é relativo à discussão sobre CSCW, tendo como base os artigos propostos em sala de aula. Nesta discussão, irão ser abordados, dentre outros aspectos, os seguintes pontos:

a. Visão do grupo sobre a junção Hipermídia-CSCW sob a ótica tecnológica;

b. Discussão sobre tarefas com características colaborativas em ambientes educacionais mediados por computador, destacando, dentre estas, aquela que mais se beneficiaria da junção proposta em (a).

 

Tecnologias de Suporte
 

O reconhecimento e aplicação de conceitos de áreas das ciências do comportamento (psicologia e sociologia, dentre outras) não são suficientes para o garantir o desenvolvimento de ferramentas de suporte ao trabalho cooperativo eficazes. A complexidade do desenvolvimento destas ferramentas envolve conceitos e tecnologias de diversas áreas da ciência da computação.

A área de Interação Homem-Máquina apresenta soluções para o projeto de interfaces com o usuário. As áreas de Redes e Comunicações contribuem com o suporte a
sistemas distribuídos. Sistemas Operacionais fornecem os modelos de controle de concorrência. A tecnologia de Bancos de Dados é chave no suporte ao compartilhamento de informações, enquanto as tecnologias de Hipermídia e Multimídia apresentam soluções para a associação e tratamento de informações multimídia. Conceitos de Inteligência Artificial são fundamentais para a construção de agentes inteligentes em ferramentas de groupware. Alguns aspectos destas tecnologias e sua interação com CSCW são discutidos em mais detalhe a seguir.
 
 

CSCW - Conceitos e Terminologia
 

Trabalho Cooperativo Suportado por Computador pode ser definido como a disciplina de pesquisa para o estudo das técnicas e metodologias de trabalho em grupo e das formas como a tecnologia pode auxiliar este trabalho.

Como toda área recente de pesquisa, as definições em trabalho cooperativo ainda apresentam algumas controvérsias. O contexto de atuação das pesquisas nesta área é muito abrangente, não cabendo, inclusive, dentro das próprias fronteiras do termo Trabalho Cooperativo Suportado por Computador[GREEN91].

Uma análise das contribuições de pesquisa apresentadas mostram, por exemplo, que não são todas as aplicações desenvolvidas nesta área que objetivam especificamente a realização de um trabalho. Algumas das sugestões apresentadas envolvem o estudo de atividades puramente de interação social, de lazer ou educacionais. Dentre as atividades suportadas, nem todas apresentam o caráter puramente cooperativo, se caracterizando por atividades de competição ou negociação. Muitas aplicações também não se propõem a dar total suporte às atividades em grupo, se preocupando apenas em auxiliá-las em momentos críticos. Finalmente, a tecnologia utilizada por estas aplicações não se restringe apenas ao uso de computadores, lançando mão de outras formas de suporte tecnológico como vídeo e telefonia.

O termo groupware costuma ser usado quase como sinônimo de CSCW, porém alguns autores identificam uma tendência diferenciada no emprego destes termos.
Enquanto CSCW é usado para designar a pesquisa na área do trabalho em grupo e como os computadores podem apoiá-lo, groupware tem sido usado para designar a tecnologia (hardware e/ou software) gerada pela pesquisa em CSCW [GRUDI94, ELLIS91, QUATE90]. Assim, sistemas de correio-eletrônico, teleconferências, suporte a decisão e editores de texto colaborativos são exemplos de groupware, na medida em que promovem a comunicação entre os membros de um grupo de trabalho, e que contribuem com isso para que o resultado seja maior que a soma das contribuições individuais de cada membro do grupo.

As aplicações para o suporte de trabalho cooperativo incluem mecanismos de comunicação que permitam às pessoas ver, ouvir e enviar mensagens umas às outras; mecanismos de compartilhamento da área de trabalho que permitam às pessoas trabalharem no mesmo espaço de trabalho ao mesmo tempo ou em momentos diferentes; e mecanismos de compartilhamento de informações que permitam o trabalho de várias pessoas sobre a mesma base de informações.

Para Grudin [ GRUDI91, GRUDI94], ainda não foi possível delimitar claramente a linha que separa as aplicações cooperativas dos mecanismos utilizados para suportar as aplicações cooperativas descritos acima. Por exemplo, muitos consideram as ferramentas de correio eletrônico e bancos de dados distribuídos como ferramentas cooperativas o que, sob a visão de outros, correspondem apenas a recursos tecnológicos de suporte para implementação de ferramentas cooperativas.

Banco de Dados e Servidores de Redes podem ser confundidos com groupware, por permitirem o compartilhamento de recursos, porém não o são. O papel destes sistemas é fornecer suporte aos groupwares, para que estes sejam construídos provendo as funcionalidades necessárias. Os sistemas de Bancos de Dados, por exemplo, não consideram as necessidades de comunicação existentes em um grupo.

É preciso também estabelecer a diferença entre sistemas multi-usuário e os voltados para o trabalho em grupo. Os primeiros já existem há bastante tempo, como por exemplo, sistemas de gerenciamento de bancos de dados, mas possibilitam somente a interação indireta que se dá através da visualização de objetos comuns. Não estão presentes nesses sistemas a comunicação direta entre os usuários ou o monitoramento de ações dos mesmos, características importantes no trabalho cooperativo.

Além dos termos groupware e CSCW, outras siglas e expressões freqüentemente são associadas a esta área, mas todas tentam expressar como os computadores e a tecnologia de redes podem facilitar a comunicação entre os membros de um grupo.
Algumas são mais restritivas na medida em que definem sistemas de suporte a uma atividade específica. Por exemplo, a sigla GDSS ("Group Decision Support Systems") representa os sistemas que apoiam a atividade de tomada de decisão. Já os Sistemas de Suporte a Reuniões são mais abrangentes, incluindo desde salas eletrônicas até os próprios sistemas de tomada de decisão.

A sigla CMC, que significa Comunicação Mediada por Computador, é ainda mais abrangente, englobando o universo computador/comunicação. Enquanto a área CSCW preocupa-se especificamente com a aplicação do computador à comunicação dentro do contexto do trabalho, CMC significa somar computador à comunicação em qualquer contexto.

Hipermídia

Hipertextos/Hipermídia e Suporte Computacional ao Trabalho Cooperativo são áreas cujos resultados se complementam naturalmente. Por um lado, o enfoque de hipertextos que permite a criação e a interligação de fragmentos de informação combina bem com as necessidades do suporte ao trabalho cooperativo. Por outro, os problemas de interação existentes no trabalho em grupo representam uma importante vertente da utilização e adaptação dos conceitos de hipertextos a sistemas de groupware. [ IRISH89, STREI91]

As duas áreas além de se inspirarem parcialmente em idéias apresentadas por Douglas Engelbart em seu excelente artigo "A Conceptual Framework for the Augmentation of Man’s Intellect" [ENGEL63], exploram problemas em domínios comuns tais como suporte a decisão e argumentação, educação e treinamento, e preparação de documentação. É de se esperar portanto uma grande interseção de idéias e soluções nos trabalhos de investigação [ ENGEL90, TRIGG89].

Criar hiperdocumentos complexos e com grande volume de dados requer um trabalho de coordenação e acima de tudo, uma grande interação entre os vários autores.

Desafios semelhantes ocorrem nos editores cooperativos. Armazenamento e apresentação de informações multimídia são problemas comuns a sistemas de hipermídia e a interação assíncrona. Exemplos como esses reforçam o argumento que há uma grande interseção entre os estudos que vem sendo realizados nas duas áreas.

Considere-se, por exemplo, o cenário apresentado por Haake & Wilson [HAAKE92]. Uma empresa de software está prestes a lançar no mercado um produto e necessita aprontar 3 manuais: um manual introdutório, um manual completo do usuário e o manual de referência. A empresa resolve organizá-los em forma de hiperdocumentos que irão compartir várias informações comuns. Para realizar essa tarefa, a empresa aloca 5 técnicos de diferentes formações (por exemplo, redatores técnicos, analistas, etc) que irão interagir para ciar os manuais. Esta é uma tarefa tipicamente cooperativa. Que tipo de apoio computacional conta essa companhia a fim de preparar os manuais nas condições descritas acima?

SEPIA, que é apresentado como solução para a situação descrita, é um sistema de autoria de hiperdocumentos desenvolvida para suportar o trabalho cooperativo entre os autores do hiperdocumento. SEPIA suporta tanto a cooperação síncrona como assíncrona. Utiliza o conceito de nós e ligações "tipados", bem como a generalização e a especialização para melhor estruturar o documento e evitar incoerências. Foi implantado no topo de uma máquina genérica de hipertextos (Hyperbase) que por sua vez está construída no topo do banco de dados relacional SYBASE [HAAKE92].

Alguns conceitos e características de sistemas de hipertextos endereçam diversos requisitos dos aplicações na área de trabalho cooperativa, dentre eles:

· Facilidade para acrescentar módulos de informação

A facilidade oferecida por sistemas de hipertextos para criar novos nós é uma característica das mais interessantes para o trabalho cooperativo. Esta facilidade permite a
criação da base de informações de uma forma incremental, o que é desejável no trabalho em grupo, já que as descobertas e as interações entre os membros do grupo são distribuídas ao longo do tempo e nem sempre são previsíveis, isto é, nem sempre é possível prever uma estrutura conceitual completa e perfeita para acomodar todo o tipo de interação.

É importante ressaltar, entretanto, que a princípio o conteúdo dos nós de um hiperdocumento é para processamento humano, o que significa que há um forte componente de informalidade e ambigüidade. Isto dificulta ou impossibilita a inferência e o "reasoning", características comuns em sistemas de representação de conhecimento.
Devemos crer que sistemas para groupware necessitarão armazenar informações num espectro amplo entre a total formalidade e a informalidade, onde o enfoque de hipertextos cobre apenas faixa.

· Facilidade para estabelecer ligações entre os nós

Esta sim é a característica do enfoque de hipertextos mais associada às necessidades do trabalho cooperativo. As ligações possibilitam estabelecer através de um modo simples a associação entre as informações geradas por diferentes membros do grupo, estabelecendo assim um meio de comunicação no grupo. Comentários e anotações
podem ser feitos livremente dentro do contexto da própria informação, o que facilita sobremaneira o entendimento comum.

Esse mecanismo embora eficiente pode ser estendido de vários modos para comportar as necessidades de sistemas cooperativos. Uma delas se refere a troca de opiniões sobre um determinado tema. Neste caso, os nós, ao mesmo tempo que estão ligados a um mesmo nó tema se interrelacionam entre si através de uma seqüência temporal. Outro exemplo se refere a incorporar mais semântica e formalismo às ligações do hiperdocumento, associando-as a tipos e definindo restrições sobre origem, destino e conteúdo das mesmas.

· Outros aspectos

O enfoque de hipertextos é voltado para comunicação assíncrona. Até que ponto suas características podem ser adaptadas para suportar a comunicação síncrona? Essa e outras questões relacionadas com o formalismo do conteúdo dos nós e ligações, e meios complementares à navegação para busca de informações são apresentadas no relato do painel ocorrido durante a conferência Hypertext ‘91 [STREI91].

O conceito de multimídia torna-se essencial quando se pensa em usar hipertextos como forma de comunicação entre membros de um grupo, pois as diferentes formas de mídia aumentam as possibilidades de expressão nas diversas atividades humanas. Existe a necessidade das ferramentas de hipertexto oferecerem as formas de comunicação com as quais estamos habituados a trabalhar: imagens, sons, vídeos, etc., pois a manipulação de objetos de várias mídias dentro da rede de informações do hipertexto aumenta ainda mais a flexibilidade de comunicação entre membros de um grupo [POGGI85].

Em geral, para atender as necessidades do trabalho cooperativo, a ferramenta de hipertexto deve possuir recursos adicionais tais como: compartilhamento e proteção (controle de acesso às informações), acesso concorrente, distinção entre dados privados e públicos, suporte à utilização de aplicações específicas por cada usuário (editores, planilhas, etc.), mecanismos de coordenação das atividades do grupo.

O World Wide Web trouxe ao âmbito da Internet os conceitos de hipertexto, e foi um dos grandes responsáveis pela grande expansão do uso da Internet nos últimos anos. A introdução de interfaces gráficas como o Mosaic e Netscape, integrando o acesso aos diversos recursos oferecidos pela Internet e facilitando a divulgação de informações multimídia, fomentou o interesse dentre os desenvolvedores por explorar novas formas de interação via Internet.
 

· Aspectos de Interface

As diretrizes e práticas associadas ao projeto de boas interfaces foram em geral formuladas considerando sistemas de um único usuário, onde o indivíduo interage com o
computador. No caso de sistemas de "groupware", é necessário que se leve em conta características da comunicação mediada por computador, onde indivíduos interagem com outros indivíduos através do computador. A transição de sistemas de um único usuário para sistemas voltados para o trabalho de grupos requer, portanto, uma mudança de perspectiva. No primeiro caso, o indivíduo está interagindo com a máquina, podendo estar no controle das ações. Em sistemas de "groupware", no entanto, existem outros elementos inteligentes (sejam eles humanos ou gerados pela máquina), e isto traz conseqüências para a interface, pois o usuário não está mais totalmente no controle das ações. Do ponto de vista do usuário, a interface não é somente seu caminho para o sistema, mas também o caminho para os outros membros do grupo.

No caso de interfaces de sistemas voltados para o trabalho cooperativo, as diretrizes usuais para o desenvolvimento de interfaces precisam adaptar-se aos requisitos
deste tipo de sistemas:

· Aplicações efetivas devem ser consistentes internamente e entre si
As ações e seus efeitos em um aplicação e entre diferentes aplicações devem ser consistentes. No caso de "groupware", é comum o usuário ter acesso a aplicações compartilhadas pelo grupo juntamente com aplicações de uso individual. Neste caso, é importante manter-se consistência entre estes diferentes tipos de aplicações. Isto nem sempre é simples, já que mecanismos interessantes para um tipo. podem não se adequar ao outro.

· Fornecer um "feedback" imediato
"Feedback" significa mandar um notificação ao usuário sobre uma ação que foi executada e sobre qual resultado foi atingido. É importante que esta notificação seja o mais imediata possível. Em sistemas de "groupware", esta noção de "feedback" do sistema tem que ser estendida, passando a incluir também "feedback" das ações dos demais membros do grupo.

· Utilizar o modelo do usuário
O usuário forma um modelo conceitual do sistema que está usando, transferindo conhecimento de outras aplicações similares e de situações do mundo real, e também aprendendo com o próprio sistema. No caso de "groupware", o modelo deve incluir também uma representação das relações sociais do grupo. Embora todos os membros devam compartilhar uma mesma visão do que o sistema é capaz de fazer, extensões ao modelo básico podem ser diferentes para cada membro do grupo, de acordo com seu papel e tarefas dentro do grupo.

· O usuário, e não o computador, inicia e controla todas as ações
O usuário deve ter conhecimento do estado corrente da aplicação, dos estados anteriores e daqueles que ele pode atingir a partir do estado presente. Em sistemas de "groupware", os mecanismos de controle precisam ser bastante mais sofisticados e devem levar em conta o papel de cada membro do grupo para que possam se estabelecer diferentes controles de acesso. Assim, a atribuição de papéis aos usuários é um importante característica dos sistemas de suporte ao trabalho em grupo.

· Usar metáforas concretas e torná-las claras, de forma que o usuário tenha um conjunto de expectativas associadas ao seu ambiente computacional
Isto permite que o usuário aprenda mais rápido e faça suas próprias inferências sobre a interface a partir de um conhecimento preexistente. No ambiente de trabalho cooperativo, estas metáforas muitas vezes não tem qualquer equivalente na vida real: este é o caso, por exemplo, da metáfora da página de papel dos processadores de texto e do cursor marcando a posição onde as informações são inseridas. Não há nenhum equivalente no mundo real que usuários possam utilizar neste caso, pois nenhum grupo de autores tentou escrever um texto cooperativamente utilizando uma única folha de papel e uma caneta.

Além destas diretrizes, existem questões adicionais que não se encontram normalmente em ambientes de trabalho individual:

· Foco
Em ambientes de trabalho em grupo, é mais difícil para o projetista da aplicação gerenciar a questão do foco (como dirigir a atenção do usuário para objetos da interface que sejam o alvo corrente da ação), pois num dado instante, cada usuário pode estar fazendo uma coisa diferente e todas as ações dos participantes podem estar afetando a tela do usuário ao mesmo tempo. Normalmente a solução adotada é a de conceder "a vez" a cada usuário , mas isto traz a conseqüência de serializar as atividades, diminuindo o valor do trabalho em grupo.

· Concorrência
É necessário um suporte a múltiplas entradas simultâneas para uma aplicação compartilhada , pois sem este suporte, o período de tempo que cada indivíduo terá para acesso ao recurso compartilhado, será dependente do número de membros do grupo.

· Comunicação entre os membros do grupo
Em geral, esta função deve ser provida em paralelo às demais funções do sistema, para permitir a interação entre membros durante a execução das demais atividades.

· Interrupções
No decorrer da interação entre membros do grupo, é possível que ocorram interrupções desnecessárias no trabalho individual de um membro, por conta desta interação. O sistema deve ajudar a minimizar as interrupções destrutivas, sem no entanto destruir a dinâmica decorrente de interações espontâneas.

Sistemas de Coordenação

Este nome procura descrever os sistemas que tem por objetivo gerenciar tarefas complexas e interrelacionadas, juntamente com as informações por elas geradas e utilizadas. São a "linha de montagem" da era da informação eletrônica, tentando sistematizar e acelerar os processos de trabalho, movendo e coordenando os dados dentro do grupo de trabalho. Estes sistemas devem gerenciar dados estruturados e dados do tipo textual, além de imagens.

Os sistemas de coordenação que permitem que indivíduos vejam as suas ações bem como as ações relevantes de outros, dentro do contexto de um mesmo objetivo a atingir. Alguns destes sistemas usam "gatilhos" nas ações de seus usuários, para informá-los sobre o status destas, outros geram alertas ou lembretes automáticos. Existem quatro abordagens para este tipo de sistemas: formulário, procedimento, conversação e estrutura de comunicação.

Os sistemas orientados a formulário são o que chamamos atualmente de sistemas de Workflow ou de Controle de Fluxo de Trabalho. Basicamente, este tipo de sistema preocupa-se com o roteamento de documentos (formulários) de uma organização. Em sua forma mais simples, encontramos os sistemas básicos de correio eletrônico; em suas formas mais sofisticadas, sistemas que permitem direcionamento seqüencial, direcionamento condicional dependendo de condições de entrada e direcionamento paralelo.

Os sistemas orientados a procedimentos vêem os procedimentos de uma organização como processos programáveis, isto é, os procedimentos são encadeados em seqüência, de forma que o resultado de um procedimento alimente o seguinte, e assim sucessivamente até que todos tenham sido executados. As ferramentas CASE que abrangem desde a análise até a implementação de software, são exemplos de sistemas de coordenação específicos para o desenvolvimento de software, porém em geral são sistemas mono-usuários. Os sistemas orientados a conversação controlam os pedidos e compromissos das pessoas através da monitoração de sua correspondência eletrônica. E finalmente, os sistemas orientados a comunicação estruturada, controlam as atividades de uma organização baseados no relacionamento entre as funções dos indivíduos.
 

· Educação

Na área de educação, os sistemas de mensagens, conferência síncrona e assíncrona são muito utilizados entre alunos e professores, para esclarecer dúvidas, distribuir e recolher exercícios, trabalhos e avisos.

As salas eletrônicas têm sido usadas como salas de aula, em experimentos que buscam obter uma maior satisfação de alunos e professores, e introduzir novas propostas educacionais adequadas a tecnologia disponível. Nas salas eletrônicas, as aulas são ministradas sincronamente, estando alunos e professor distribuídos geograficamente ou não. Há três cenários para uma aula eletrônica síncrona [BARRO94]:

· Todos os alunos compartilham uma tela onde o professor faz a exposição do assunto;
· O professor interage com os alunos através de mensagens, enviando-lhes exercícios, recebendo e avaliando respostas, e esclarecendo dúvidas;
· O professor prepara um tutorial a ser seguido pelos alunos e coloca-se a disposição para esclarecer as suas dúvidas através da troca de mensagens.

Aiken [AIKEN92] tem usado um sistema de suporte à decisão em grupo para apoiar cursos de Gerência de Sistemas de Informação, na Universidade de Mississipi. Os alunos devem desenvolver projetos em conjunto e usam ferramentas de apoio para geração de idéias ("Brainstorm"), para categorização de idéias enviadas ("Idea Consolidator") e para seleção de idéias através de mecanismos de votação. Embora o sistema não use formas estruturadas de negociação, os alunos discutem através de sistemas de mensagens. Segundo Aiken, o grau de envolvimento de satisfação dos alunos e a qualidade dos trabalhos é muito superior, comparado com resultados da modalidade convencional.

Os sistemas de co-autoria são usados por grupos de alunos, para desenvolver um trabalho em conjunto. O compartilhamento do objeto em desenvolvimento é importante para permitir a equalização da participação dos membros do grupo sobre o trabalho.
Assim, mesmo que ocorra uma divisão de tarefas, os alunos podem participar das tarefas dos outros, fazendo comentários, Não se tem notícia de experimentos com sistemas de coordenação orientados a procedimentos, no entanto estes poderiam ser usados para aplicar testes nos alunos, possibilitando que o professor controle e monitore as ações dos alunos. O ensino a distância ganhou uma nova força com o aparecimento dos groupwares. Entretanto, o insucesso de muitos groupwares é o fato de oferecerem suporte a execução de apenas uma tarefa, não apoiando outras funções necessárias ao aprendizado cooperativo, como por exemplo, a atividade cognitiva, o suporte individual, etc.

· Pesquisa

Um grande número de projetos de pesquisa envolve grupos de pesquisadores, que muitas vezes pertencem a organizações e até países diferentes. Os sistemas de co-autoria têm sido usados por grupos de pesquisa, como ferramenta para permitir o compartilhamento de objetos de interesse do projeto, quer seja um texto, documento ou protótipo em desenvolvimento.

Eventos como Conferências, Simpósios, Seminários e Workshops são fundamentais para o avanço da área de pesquisa. Em geral, a organização destes eventos envolve gastos muito altos, fazendo com que sua taxa de participação encareça. Além disso, pesquisadores mais solicitados tornam-se difíceis de encontrar em seu próprio ambiente de trabalho, pois estão frequentemente ausentes para atender eventos e reuniões externas. Recentemente, algumas universidades têm experimentado as Salas Eletrônicas para a realização de eventos de pequeno porte, permitindo que pesquisadores encontrem-se virtualmente, sem a necessidade de deslocamento.
 

Bibliografia :

[AIKEN92]
· Ainken, M. - "Using a Group Decision Support System as a Teaching Tool" - Journal of Computer-Based Instruction, vol. 19, no. 2, pg. 82-85.
 

[BARRO94]
· Barros, L.A. - "Sistema de Suporte a Ambientes Distribuídos para Aprendizagem Cooperativa" - Tese de Doutorado, COPPE/UFRJ, 1994;
 

[BORGE93]
· Borges, M.R.S., "Suporte por Computador ao Trabalho Cooperativo", VI Escola Brasil-Argentina de Informática, julho1993.

[BROOK93]
· Brooke, J., "User Interfaces for CSCW Systems", em CSCW in Practice: An Introduction and Case Studies, Dan Diaper e Colston Sanger (eds.), Springer-Verlag, 1993.

[ELLIS91]
· Ellis, C.A., Gibbs, S.J. & Rein, G.L. "Groupware: Some issues and experiences", Communications of the ACM (34) 1, Jan 1991, pp. 38-58.

[ENGEL63]
· Engelbart, D. "A conceptual framework for the augmentation of man’s intellect", in Vistas in Information Handling, Vol 1, (P. Howerton, ed), Spartan Books, 1963, pp. 1-29.

[FLUCHIGER95]
Taxonomy of multimedia applications
      François Fluckiger Understanding networked multimedia: Applications and technology"
      Capítulo 6, pp.109-121 Prentice-Hall, 1995

[GIBBS]
Groupware, some issues and experiences
      Elllis, C.; Gibbs, S.; Rein,G. Communications of the ACM, 34 (1).

[GREEN91a]
· Greenberg, S. "Computer-supported cooperative work and groupware: an introduction to the special issues". International Journal of Man-Machine Studies vol 34, pp. 133-141.

[GREEN91b]
· Greenberg, S. "Personalizable groupware: Accommodating individual roles and group differences". Proceedings Second European Conference on Computer-Supported Cooperative Work, ed. Bannon, L., Robinson, M. & Schmidt, K., Set 1991, pp. 17-31.

[GRUDI88]
· Grudin, J. "Why CSCW applications fail: Problems in the design and evaluation of organizational interfaces", Proc. 2nd Conference on Computer-Supported Cooperative Work, Set 1988, pp. 85-93.

[GRUDI91a]
· Grudin, J. - "CSCW: The Convergence of Two Development Contexts" - Proc. HCI ‘91, New Orleans, pp. 91-97., Abril/Maio 1991;

[GRUDI91b]
· Grudin, J. - "Obstacles to user involvement in software product development, with implications for CSCW" - Int. Journal of Man-Machine Studies, vol. 34, 1991;

[GRUDI94]
· Grudin, J. - "Computer-Supported Cooperative Work: History and Focus" - Computer, maio/1994;

[HAAKE92]
· Haake, J.M. & Wilson, B. "Supporting collaborative writing of hyperdocuments in SEPIA", Proc. 4th Conference on Computer-Supported Cooperative Work, Out/Nov 1992, pp. 138-146.

[HALASZ88]
Reflections on NoteCards: Seven issues for the next generation of hypermedia systems
      Frank G. Halasz Communications of the ACM, July 1988, pp. 836-852

[IRISH89]
· Irish, P.M. & Trigg, R.H. "Supporting collaboration in hypermidia: Issues and experiences", Journal of the American Society for Information Science, Mai 1989, pp. 192-199.

[POGGI85]
· Poggio, A., Aceves, G.L., Craigill,E.J., Moran, D., Aguilar, L., Worthingtn, D., Hight, J., "CCWS: A Computer-Based Multimedia Information System, IEEE Computer, outubro 1985.

[QUATE90]
· Quaterman, J. "The matrix: computer networks and conferencing systems worldwide" - Bedford, MA: Digital Press;

[STREI91]
· Streitz, N. et al. "The role of hypertext for CSCW applications", Proceedings Hypertext ‘91 Conference, San Antonio, Texas, Dec 1991, pp. 369-377.
 

 
 
 
 

Comentários dos instrutores:


Nota: C

Texto:      coerente
Definicoes: corretas
Juncao H/CSCW: correta
Exemplos: ?
Detalhes 1 exemplo: ?

Outros comentarios 

O texto nao cumpriu o objetivo esperado de colocar os exemplos e detalhar
um deles (como alias definido no proprio texto no item b).